Opinião: Comédias brasileiras, porque, tantos filmes?

Uma coisa é certa, são lançados muitos filmes brasileiros de comédia. Se é engraçado já é outra questão a ser abordada. O dezinformado opina sobre o cinema brasileiro, em principal...
Comédia sem graça!

Os últimos lançamentos do cinema nacional são relacionados a comédia. Ao menos os que chegam aos grande cinemas, Por quê?
Uma reportagem realizada pelo site UOL, muito interessante. Leia abaixo:

Cineastas dizem que sucesso das comédias brasileiras "escraviza"

"É como se diz de brincadeira. Eu me tornei um escravo do sucesso", afirma o cineasta Roberto Santucci, 46. Três dos últimos quatro campeões de bilheteria do cinema nacional têm a assinatura de Santucci na direção. São dele "De Pernas pro Ar" (2011), "Até que a Sorte nos Separe" (2012) e "O Candidato Honesto" (2014).

Santucci é também diretor de outros três longas lançados desde 2011 ("De Pernas pro Ar 2", "Até que a Sorte nos Separe 2" e "Odeio o Dia dos Namorados"). O total de ingressos vendidos por esses títulos é de 11,1 milhões.

Carioca com formação em cinema nos EUA, Santucci entrou pela porta da comédia depois que as demais se fecharam para ele. "Rodei 'Olé' [1996], meu primeiro filme, numa Kombi. Fiz 'Bellini e a Esfinge' [2000] com R$ 600 mil. Com todo o sucesso do 'Bellini', fiquei durante anos perdendo e fracassando em todos os editais [de produção de longas] do governo. Parecia que eu era o pior diretor do mundo. Filmei 'Alucinados' [2005] com R$ 100 mil do meu próprio bolso, porque ninguém acreditava [no filme]. No desespero, falei: o que esses caras querem? Uma comédia romântica? Veio 'De Pernas Pro Ar'. Pensei: se eu fizer uma comédia romântica, vocês vão me deixar fazer um filme de ação? Mas uma coisa foi enrolando na outra", afirma.

O interesse de produtores e distribuidores em abastecer as telas brasileiras com comédias não é casual. Onze dos 12 filmes nacionais de maior público dos últimos quatro anos são comédias. Essa predominância do gênero gerou um mal-estar no meio cinematográfico. Diretores de filmes não destinados a fazer rir se sentem sem espaço no mercado.
"O boom são comédias meio chanchadas. É isso que o exibidor e o distribuidor querem. O cinema brasileiro passa por vários ciclos. O de agora é esse. Eu adoraria que o cinema brasileiro fosse mais diversificado. Você sente que os filmes mais autorais, com atores menos conhecidos e que não são comédia ficam pouco tempo em cartaz", afirmou a cineasta Sandra Werneck em recente entrevista ao UOL.

Felipe Joffily, que também acumula êxitos como diretor de comédias ("Muita Calma Nessa Hora 1 e 2", "E Aí ...Comeu?", que somam 5,3 milhões de espectadores), diz não se sentir "100% confortável" com o sucesso por causa "desse desconforto coletivo" gerado pelo descompasso entre o sucesso do humor e o fracasso do drama ou do filme autoral.

Estreante em longas com "Ódiquê" (2004), um "filme radicalmente visceral, violento e absolutamente intuitivo", Joffily apresentou-o como seu "cartão de visitas para o mercado, para dizer: queremos fazer isso da nossa vida, estamos nos entregando aqui, plenamente, para o cinema independente marginal". O resultado? "O mercado me absorveu", diz o cineasta.  

Joffily acaba de dirigir "Os Caras de Pau", com Leandro Hassum e Marcius Melhem, que deve ser o lançamento brasileiro mais robusto deste ano, ocupando 800 salas a partir do próximo dia 25 de dezembro e com uma campanha de divulgação que inclui mais de mil chamadas na TV (aberta e fechada).

O cineasta considera tacanhas as críticas que desprezam esse gênero popular e são dirigidas à figura do comediante Leandro Hassum (protagonista de "O Candidato Honesto") e ao seu potencial de chamariz de bilheteria. "De onde vem esse discurso? Quem são essas pessoas para dizerem que ele não poderia ou não deveria estar fazendo isso? Essa é a arte dele. Esse é o filme de arte dele."

Mas Joffily pondera que "acreditar que o público é ignorante é um absurdo. Limitar filmes por achar que o público não vai entender é um crime cultural. Mas existem temas que são mais difíceis, porque existe todo um panorama sociocultural que dificulta. Por isso eles devem existir, e a gente precisa fomentar ainda mais, para que esses filmes se multipliquem. Mas isso é assim no mundo inteiro. São setores de mercado".
Publicado editado. Na íntegra? Cinema UOL

Ou seja, os números mostram que a comédia nacional tem um grande impacto com o público e que o cinema nacional vive uma "febre" de comédia, pode ser uma tendência, talvez, no futuro mude, mas no momento será difícil ver algum outro tema ser abordado em filmes nacionais.
Mas, alguns filmes "bebem" de idéias já utilizadas em filmes americanos, por exemplo, o filme Candidato Honesto que lembra em muito O Mentiroso de Jim Carrey e Loucas para Casar que lembra em muito o filme Mulheres ao Ataque com Cameron Diaz.
 Filme Loucas para Casar

Filme Mulheres ao Ataque

Agora, se esse filmes de comédia brasileiro tem qualidade já é outra história. Com grande apelo de atores "globais", os recentes filmes nem aparecem entre os filmes de melhor nota.
O site IMDB, site sobre filmes que fala sobre desde 1990, tem vários filmes brasileiros e dentre um provável top 30, aparecem somente o "O auto da Compadecida" e "Lisbela e o Prisioneiro", que realmente são muito bons.
Mas, nem precisa ir a um site americano, o site Filmow (clique sobre e conheça) que funciona como uma rede social de filmes, bastante completo e atual, o visitante pode colocar a nota que achou do que assistiu, pesquisando os mais recentes filmes de comédia, vários tem uma nota que não passa da média 3.
E, realmente, dificilmente alguém que assistiu um filme brasileiro comenta algo positivo ou se lembra de uma parte muito boa.
Com roteiros fracos e com os mesmo atores, o cinema nacional vem com uma tendência de que apenas alguns se salvam a tantos filmes que tentam te fazer rir.
Certo que a situação do país não é das melhores e ir ao cinema é algo muito custoso onde apostar em um filme de comédia parece ser a melhor escolha dentre a tantos filmes americanos, mas o conteúdo, também, importa. Falta olhar o cartaz e pensar "poxa, o mesmo ator/atriz do último filme de comédia que assisti" e não pensar "ele/ela é engraçado". São atores oriundos de "Zorra total", não é possível que são tão engraçados assim...
Os filmes Se eu fosse você 1 e 2, De pernas para o ar 1 e 2, Cilada.com... bons. E, o restante que saiu?
Concorda? Quais outros bons filmes de comédia que pode ser citado? Ou não tem?
Que falta faz um Tropa de Elite, Abril Despedaçado, Bicho de Sete Cabeças... o Brasil tem qualidade para outros temas, bons diretores, roteiristas e atores, falta é investir!
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